Informativo | |||
O lançamento do CD que reúne as batidas e cantigas do Samba de Pareia, da Dança de São Gonçalo e do Terreiro Senhor São Lázaro é resultado de um projeto da FAPESE. Em parceria com o Ministério da Cultura (Minc), a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese/UFS) concretizou mais um projeto. Desta vez, a instituição contribuiu para a promoção e consolidação da riqueza cultural existente no Povoado Mussuca, uma comunidade quilombola situada no município de Laranjeiras (SE). Com o lançamento do CD Vozes da Mussuca, cuja solenidade aconteceu na noite da última quarta-feira, dia 13, a Fapese, juntamente com todos os envolvidos na realização do projeto, visa eternizar as manifestações culturais da Mussuca. Estão presentes no CD as batidas e cantigas do Samba de Pareia, da Dança de São Gonçalo e do Terreiro Senhor São Lázaro. Na solenidade de lançamento, além dos representantes de cada um desses grupos, marcaram presença o vice-reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ângelo Roberto Antoniolli, o presidente da Fapese, José Roberto de Lima Andrade, o gerente executivo da Fapese e coordenador geral do projeto, Márcio Rogers Melo, e o coordenador técnico do projeto e produtor do CD, Wendell Miranda. Para o presidente da Fapese, José Roberto, através de um evento como esse, a Fapese está demonstrando que instituições sergipanas são capazes de realizar algo com seriedade, competência e honestidade. “O projeto do CD Vozes da Mussuca passa não apenas pela dificuldade de divulgarmos e mantermos nossas raízes, como também pela dificuldade de provarmos que as instituições sergipanas também merecem credibilidade ao desenvolver suas atividades”, ressaltou José Roberto, agradecendo a oportunidade de contribuir com esse momento, enquanto presidente da Fapese. Durante o evento, os representantes dos grupos, Marizete dos Santos (líder do Samba de Pareia), José Sales do Santos (chefe do São Gonçalo) e Givaldete dos Santos da Silva (integrante do Terreiro Senhor São Lázaro) receberam, simbolicamente, uma cópia do CD e assinaram o termo de doação. A solenidade foi encerrada com uma das músicas presente no CD – É Vem Nosso Trem Baiano – cantada por Dona Nadir, do Samba de Pareia. O grupo fez ainda uma apresentação para o público presente. Vozes eternizadas em CD O projeto foi aprovado pelo Minc, através da Secretaria Especial de Promoção e Política da Igualdade Racial, em novembro de 2005, mas os recursos somente foram liberados em julho deste ano. Foi então quando começaram as gravações, que se estenderam até o mês de setembro. “Todo som foi captado em seu vigor afro-brasileiro no próprio local onde os grupos se reúnem para cantar e dançar”, explicou o produtor Wendell Miranda, completando que as gravações foram feitas através de um estúdio móvel e que na etapa de edição, para garantir a originalidade, optou-se por não fazer grandes intervenções tecnológicas e nem seguir a tendência eletrônica contemporânea. A Fapese, além de instituição proponente, foi a co-financiadora do projeto. “Parte dos recursos foi garantida pelo governo federal e a contrapartida da Fapese se deu através dos recursos humanos disponibilizados”, esclareceu o coordenador geral do projeto, Márcio Rogers. Segundo ele, uma equipe de funcionários da Fundação esteve envolvida na concretização dessa iniciativa. O trabalho rendeu a reprodução de 17 faixas, sendo oito do Samba de pareia, cinco da Dança de São Gonçalo e quatro do Terreiro Senhor São Lázaro. Das 2.500 cópias do CD, 250 serão enviadas para o Minc, outras 250 ficarão com a Fapese para que possam ser distribuídas entre as universidades federais do país, bibliotecas públicas e entidades culturais, e as 2.000 restantes, isto é, 80% serão divididos entre os três grupos culturais participantes da gravação do CD para que eles possam distribuir na comunidade e comercializar da forma como quiserem. “Esse é o diferencial do projeto, ou seja, os donos do conteúdo presente no CD serão beneficiados com a possibilidade de reverter os recursos adquiridos com a venda do produto em favor de sua própria comunidade”, destacou Wendell. Para Dona Nadir, do grupo Samba de Pareia, isso significa a realização de um sonho antigo. “Só tenho a dizer que estou satisfeita com esse trabalho”, resumiu. Satisfação também compartilhada pela mãe de santo Maria Regina dos Santos, a Dona Regina do Terreiro Senhor São Lázaro, que vê na divulgação do CD a possibilidade de tornar mais conhecida a manifestação cultural e religiosa da qual participa. “Se antes o terreiro já atraia muita gente, imagine agora”, comemorou.
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