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Sob a denominação de Projeto Atlantis, está sendo desenvolvida, em parceria entre a UFS e as universidades de Coimbra e Lisboa, uma pesquisa exploratória geológica sistemática da Bacia Lusitânica. A iniciativa foi oficialmente lançada este ano e conta com o apoio estrutural da Fapese e financiamento da Petrobras. Com o apoio da Fapese, está em andamento o Projeto Atlantis que é uma parceria entre a Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Brasil, e as universidades de Coimbra e Lisboa, em Portugal. Tal projeto visa fazer uma pesquisa exploratória geológica sistemática da Bacia Lusitânica. De acordo com o coordenador geral do projeto, o geólogo e professor Antônio Jorge Vasconcelos Garcia, é a primeira vez que se faz uma pesquisa deste tipo na referida bacia. A iniciativa teve os seus primeiros passos quando, em 2004, pesquisadores brasileiros e portugueses levaram representantes da Petrobras a um congresso em Coimbra e a estatal manifestou interesse no estudo. Graças à grande probabilidade de encontrar petróleo durante a pesquisa, a Petrobras assinou um acordo com as empresas petrolíferas portuguesas Galp e Partex. Três anos depois, em março de 2007, o Projeto Atlantis foi lançado oficialmente com financiamento da Petrobras e apoio estrutural da Fapese. O prazo de execução do projeto é de dois anos. Equipe Para atingir as metas dentro do prazo estabelecido, foi formada uma equipe de três coordenadores. Um deles é o geólogo Garcia, que é do quadro de docentes do Departamento de Engenharia Agronômica e pesquisador do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Recursos Naturais da UFS. Os outros dois coordenadores são de Portugal, sendo um professor da Universidade de Coimbra e o outro da Universidade de Lisboa. Cada coordenador treina uma equipe de quatro jovens pesquisadores contratados. "Nós focamos em jovens pesquisadores principalmente por que Portugal não possui cultura em petróleo", justifica Garcia. Segundo ele, os pesquisadores mais experientes geralmente já seguem uma linha de pesquisa definida ao longo de sua carreira. “Já os jovens pesquisadores são ‘cabeças em formação’ e aprendem com mais agilidade”, afirma. No que se refere ao apoio da Fapese, o professor enfatiza que a instituição tem grande relevância para a execução do projeto. “A Fapese viabiliza contratos entre indústria e universidade e, além disso, possibilita a contratação de profissionais vinculados ou não à UFS”. Importância O objetivo do projeto é justamente formar uma equipe luso-brasileira com treinamento em Geologia do Petróleo, levando às universidades envolvidas um maior conhecimento sobre a formação geológica e geoquímica da Bacia Lusitânica. De acordo com Garcia, a Petrobrás está incentivando a formação de pessoas, não através do pagamento de sua formação, mas por meio de um salário como estímulo a uma formação voltada para o petróleo. O coordenador geral do projeto afirma ainda que "a Bacia Lusitânica nos permite ter acesso a todos os dados geológicos para formar geólogos em exploração, pois no Brasil temos uma limitação de fornecimento de dados por conta da Agência Nacional de Petróleo". Em Portugal, a Agência Nacional de Petróleo cede seus dados à comunidade acadêmica para incentivo à formação. Execução Os primeiros seis meses do Projeto estão destinados ao recolhimento de todos os dados sobre a Bacia Lusitânica e ao treinamento da equipe. A partir do sétimo mês começa o processo de aquisição de novos dados, divididos em seis forças-tarefa. Tais informações serão organizadas no Banco de Dados Atlantis, que será disponibilizado às três universidades. Algumas destas informações serão destinadas apenas para a Petrobras e para o Gabinete do Petróleo. Ao fim do projeto, espera-se, segundo o professor Garcia, construir um novo modelo geológico evolutivo da bacia Lusitânica. O espaço geológico de tempo cobre a evolução da bacia, com o processo de ruptura do Atlântico Norte. Este espaço cobre desde o Triássico até o Cretássico, períodos referentes à separação dos continentes.
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